Maria
Prosa e Poesia
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Textos
Não Consigo Chorar...
Não sei como estou hoje. Nem me sinto. Toco-me e nem sei se sou eu.

A dor, ela anestesiou meus sentidos. Foi como um anestiante poderoso que tomou conta do meu corpo, de minha alma, de meu coração.

De todas as tempestades que enfrentei até hoje, essa foi a maior delas. A mais devastadora, a mais implacável.

Não consigo mais chorar. O choro ficou trancado dentro do peito. As lágrimas descem sim, silenciosas, mas os soluços de dobrar o corpo não vêm.

Nunca em minha vida imaginei ser tão humilhada, tão rechaçada por alguém. E nada fiz para merecer este tormento.

Olho minhas mãos. Estão pálidas. Frias. Tremem...

De que servem agora se não podem mais afagar as bordas deste sonho?

Olho as pedras que restaram do jardim da felicidade, jardim dos sonhos. Tudo queimado, torrado, acabado.

Cabisbaixa sigo para o lugar onde está o que os meus olhos viram... Contemplo as plaquinhas que amigos deixaram ali, olho tudo ao redor, entro no interior de minha casinha tão querida, olho as mudanças que estão ali também e que não sei quem fez, não sei como podem estar ali.
Foram elas as causadoras de todo esse desastre. Eu, querendo ser honesta, querendo ajudar, querendo alertar, passei pela culpada de toda confusão.

E penso que sempre fui a culpada de tudo. Quantas vezes a acusação foi jogada contra mim. Quantas vezes tive de brigar para provar minha inocência... Quantas vezes... Então, não devia estranhar...

Mas, dessa vez foi diferente. Ouvi as palavras mais duras que alguém já disse em minha vida. Fui chamada de insana, de doente, de louca. Fui acusada de atrapalhar, embaralhar, estragar... Fui rechaçada como um verme, pisada como uma lesma...

E agora, isso, essas últimas palavras, ditas com tanta ira, com tanto rancor ficarão martelando dentro de mim dia e noite.

Infelizmente é assim:

A dureza da rocha e o achego da incerteza, da acusação, da culpa, foram os últimos sentimentos que eu recebi.

Lágrimas escorrem em minha face em profusão. Todo encantamento de meu mundo foi quebrado. Tudo o que sonhei ruiu.

Eu construi um lindo castelo para mim, mas só agora percebo que usei apenas areia...E a areia... o vento levou...
Maria
Enviado por Maria em 06/02/2009
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