Lá está a lua esplendorosa
Com seu brilho de vozes calar
Caminhando nas bordas
De uma montanha.

Tocando as pedras
Beijando as flores
Bebendo da água
Do riacho doce.

Sentindo o cheiro
Da seiva orvalhada
Que mansa descansa
Nas folhas e árvores.

E viaja a lua pela
montanha
Em seu caminhar
No corpo da terra
Deixa rastros de luz

E colhe dali
O orvalho da vida
Para se embriagar
Do canto das águas
Do berro das pedras
Do som das cores
Que em solícita espera
A montanha lhe dá.

E assim se encontram
A terra e o céu
Em meigo roçar
Que ilumina a noite
De luzes sem fim
E infinitos amores
Completam-se
Na única vez

E só neste instante
Eterno momento
Entrelaçados dormem
No encanto da noite.