Do Amor
Já ouvi essas palavras em algum lugar:
O amor é hóspede do coração.
Algumas vezes convidado,
Em outras, inoportuno,
Que não pede licença
Para entrar.
E se o tratamos mal,
Nem desconfia,
Embora não vai.
Pelo contrário,
Vai se instalando,
Investigando
Todos os cômodos
E recantos de
Nossa alma,
Com o intuito
De lá ficar.
O amor toma conta,
Domina o tempo,
As horas, e até
Os míseros segundos.
Faz o coração bater apressado.
E dá tais saltos dentro dele,
Que até alguns parafusos
Se desprendem, se soltam,
E voam desembalados
Para as alturas dos alados.
O amor se encarapita no juízo,
E faz tal estrago dentro dele,
Que fizemos loucuras
Nunca antes vistas,
Balançando às suas vontades.
O amor de um nada só,
Faz a intensidade do dia.
E nas noites em claro,
Rumoreja em nossa alma,
Sonhos loucos e infantis.
O amor de uma só flor,
Faz um dia inteiro de luzes.
E de quatro ou cinco linhas
De uma poesia, põem,
Nos lábios de quem ama,
Tal tremedura,
Como se fossem mil
Beijos de ternura!
Maria
Enviado por Maria em 05/06/2006
Alterado em 04/06/2011