Maria
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Textos
Ao pai dos filhos meus

Meu querido

Preciso lhe falar, por isso estou a lhe escrever. Queria hoje recostar minha cabeça em teu ombro e sentir tuas mãos acarinhando meus cabelos e tua voz dizendo que está tudo bem, que tinha de ser assim. Eu aqui. Você lá, longe de mim.

Tive de viajar por uns tempos, compromissos já agendados. Logo terminam, então regresso ao ninho. Mas escrevo porque hoje queria teu carinho, afinal é minha data especial. Sei que para você não tem importância mas para mim tem. Hoje fazem 100 anos que me enrolei em meu próprio caos e trinta que me descobri dentro dele. E por isso queria te agradecer.

Agradecer por você existir e te dizer que mesmo longe, aí do outro lado da janela de vidro da nossa casa, estás cada dia mais perto de mim. Vigiando meus passos, cuidando de mim e me falando de seu imensurável amor eterno.

E falar em eternidade temos 7 tarefas a fazer. Uma delas já posso dizer: Precisamos aumentar o nosso ninho, pois nossos filhinhos acabaram de nascer e todos lindos de morrer. São gêmeos, como nós. E não é que são a cara do pai? Mas sei, vão ter o jeitinho da mãe.

Por isso termina logo aquela escada para que possamos todos entrar no ninho já preparado pelo João-de-barro. Agora preciso ir. Mas antes queria pedir. Cuide bem de nossos filhotes que acabaram de nascer que entrego esse tempo aos teus cuidados, por estares mais preparado e deles mais entender.

Dê-lhes carinho e amor, pois são os mansos, os fortes da terra, que herdarão registrada, a história de nosso amor.

Com saudade
Sua querida
Maria
Enviado por Maria em 27/06/2006
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