Maria
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Espermatozóide apaixonado por uma bola?

Na verdade nosso caso de amor com a bola não é de hoje.
Fico pensando em como já pequenininhos sem que alguém nos ensinasse sabíamos que a bola rola e que poderia ser chutada.

Refletindo sobre isso, depois do jogo da Alemanha e Argentina, concluí que o futebol é um caso de amor antigo. Muito antigo.

Tenho por mim que já vem lá do útero de nossa mamãe.

Quando o espermatozóide de que somos formados, viu aquela bolinha linda que era o óvulo, se apaixonou perdidamente e correu desembalado ao encontro do enrosco apaixonado e eterno. Foi a corrida do século para nós. A primeira corrida atrás da bola.

Ali descobrimos o quanto a bola era importante para nós.
E seja lá quem você for, goste menos ou goste mais, você se interessa em pelo menos saber quem venceu o jogo.

No meu caso foi um espermatozóide andarilho que se enrolou todo num óvulo douradinho e sonhador.

Ali foi meu primeiro enrosco. Ali foi a primeira vez que me enrolei numa história de amor.  E dessa paixão, desse caso de amor antigo nasci eu, uma bolinha branquinha como a lua, cheia de fios douradinhos.

E porque jogamos tão bem?

Creio que devido ao clima de nosso País e do plasma quentinho e envolvente em que vivíamos dentro do útero (ai que saudade), temos mais ginga e alegria ao correr atrás da bola/óvulo. E que ginga hein?

Será que vamos conseguir vencer?

Penso que só participar já uma vitória, mas também penso que se já vencemos a primeira modalidade esportiva em que participamos, a corrida da vida, alcançando o óvulo, nosso primeiro amor, nosso primeiro romance com a bola, o que mais não podemos vencer?

Afinal de contas, amamos um enrosco numa bolinha. E bola é o que não falta no País do futebol. O que você acha? E tem jeito?
Maria
Enviado por Maria em 01/07/2006
Alterado em 01/07/2006
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