Querido

Hoje acordei com o coração eivado de esperanças, mas triste e vazia de mim.

Os pensamentos envoltos em ventos insubmissos. Os olhos contemplando a ponte diante dos pés, esvanecendo-se no silêncio e na sombra de luz, temendo a travessia tempetuosa para a concha interior que já fechava suas portas para a alma prender.

Caminhei até a caixinha de correspondências e nada mais havia que não tivesse vindo de mim... Mesmo assim, deixei-me encharcar de felicidade, rebuscando no fundo-baú, velhas memórias, lembranças de mais de um século...

Abri mais uma janela do tempo e... vagarosamente fui ao jardim em floração. Deixei-me tocar pela beleza e o encantamento do olhar do sol para a vida que flui em primavera de cores...

E por fim, inebriada pelo perfume e pela beleza da primavera, procurei sua luz por entre os sons das melodias do mundo dos eternos... e...
encontrei um diamante... uma jóia rara se abrindo em brilho de cores em todas as direções, tal qual a mais gigante das estrelas a espalhar seu brilho no universo de luzes.

Um nascer esplendoroso de luzes, cores e imagens.

Um diamante, um tesouro matutino, que tua Maria recebeu com o coração emocionado de ternura...