A tempestade ainda não passou. A tristeza ainda me vigia como um soldado mas sinto que aos poucos vou passando por cima do impossível e fazendo o máximo dentro do possível para ficar bem, para não me deixar sucumbir, para não me deixar morrer. Claro que a lição aprendida atravessa o peito como uma espada assassina. E como dói aprender. Como dói ter de reconhecer que eu nunca verei a face do sol.  Meu destino é viver e morrer na terra. O espaço, o universo, o céu das estrelas é só para os reis e rainhas. Trapo e farrapo não passam dos portões. As portas e janelas se fecham por imerecimento. Um fiapo não merece nem uma linha mais de palavras, nem mais um olhar, nem mais uma janela colorida de luz e flores se abrindo num jardim pelas manhãs... Não devia pensar assim. Mas que fazer se não controlo os pensamentos??? Vejo perto um nimbo de nuvens de tempestades. E, no alto do meu céu, vejo um rolo se formando... Minha alma seca como os campos de inverno do sul, será devastada por mais um furacão...