Maria
Prosa e Poesia
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Propósito
E se hoje colhi só as cinzas de minhas pegadas, de meus rastros, por certo deve haver um propósito para isso e quero continuar confiando naquele que me elegeu para tudo isso sofrer e passar. Por certo que sabia que poderia tudo suportar... E que poderia forças nas horas cansadas, me dar...

E para isso que estou passando, também deve ter um propósito. Não o que já li, como o prazer de manter a ave que vive cem anos em um dia presa por sermos normais e nem mesmo por ela sentir prazer no próprio azar. Mas um propósito de crescimento e mudança de vida, da presa e do algoz. O propósito de um dia poderem ir e vir e falarem pela primeira vez frente a frente, olho no olho, como iguais, mesmo diferentes.

Espero que sobre algo de mim, e que esse algo possa permanecer em algum lugar um dia, porque estou cansada de andarilhar nesta terra.

Uma mulher que não consegue fincar raízes, não porque não queira, mas porque sempre de novo a terra é revolvida, retalhada, mexida, para nova semente ser plantada. E digo, quando vem as tempestades é quando me sinto mais sozinha.

E era ali o momento em que mais precisava, que as vozes todas se calam e não dizem mais nada ao meu coração.

Morri por certo. Virei pó. Pois misturo-me à terra que mora ao meu lado e sejamos uma só, pelo tempo que for necessário até que eu, Mulher Maria, mereça por graça a liberdade de ir e vir em meu próprio chão...
Maria
Enviado por Maria em 16/12/2006
Alterado em 17/10/2011
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