Maria
Prosa e Poesia
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Medo
O silêncio, a quietude dá uma sensação estranha.
Uma vontade louca de chorar.
E as lágrimas já descem quentes.
O dia hoje foi de altos e baixos.
Sentia-me bem e logo em seguida batia uma tristeza imensurável.
Uma dor de angustiar o coração.
O amanhã me parece tão longe e ao mesmo tempo tão perto de alguma coisa.
Mas a sensação estranha é de que lágrimas rolarão em abundância de minha face.
Percebo que tudo acabou.
Cheguei ao fim da estrada.
Não tem mais volta e nem para onde ir.
Tudo por que tanto lutei chegou ao fim.
Sinto-me empurrada num canto, contra uma parede, pressionada a fugir, a esquecer, a partir outra vez.
Mas sem ter por onde sair para ir.
Presa numa redoma de vidro.
Vendo o que acontece ao seu redor, mas impotente diante dos enormes obstáculos que se apresentam.
É isso que sinto.
Também não sei porque.
Um sentimento de perca.
De impotência.
De derrota.
É o fim.
Não sei se tenho forças para amanhã debruçar meu olhar sobre as canções do dia.
Tenho medo.
E meu medo é que tenho prioridades para comigo mesma que podem ser afetadas pelo que posso ouvir ou ver.
Creio que chegou a hora de fechar os olhos para o mundo e silenciar de verdade e para sempre.
Cansei.
Cansei de tanto ser empurrada para longe.
Não consigo mais acreditar.
Se penso, choro.
Se sinto, choro também.
Cheguei num ponto de minha vida que parece que a vida só gira ao redor dela mesma.
Como a terra gira ao redor de seu próprio eixo.
Mas paira no vazio do espaço.
Mesmo em órbita ao redor do sol que se encontra na casa da lua.
Meu coração grita que não deseja mais ser astro ou estrela.
Quer apenas ser uma pessoa.
Comum.
Uma mulher.
É isso que sou.
Somente uma mulher.
Uma mulher que criou um mundo encantado, deu vida a ele, nele viveu, e dentro dele agora fenece...
Maria
Enviado por Maria em 14/01/2007
Alterado em 14/01/2007
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