Os pés trilham caminhos de flores e rainhas e a lua toca a montanha em sua manhã de luz. Flores de saias rodantes dançam iluminadas de cor o andar das horas dos milênios de março. No entanto, não há como aprisionar o tempo num calendário de parede. Nem mesmo a ampulheta há de medir sua dimensão. Mesmo quando caminhamos lentos, no acostamento da vida, estamos indo para algum lugar. Como a fumaça que vemos por entre as folhas do arvoredo. Não há mais como voltar para dentro da chaminé. O destino se desenrola no horizonte em magníficas e portentosas montanhas de esperança. Por isso batizamos nossos sonhos na pia da vida. Um olhar mimoso do dono do tempo, e nasce um botão rosado de luz, de encontro ao céu... São os presentes da vida que guardamos a sete chaves debaixo dos telhados do coração. Ah! Que o tempo parasse num ensolarado do dia no tapete rosado e macio da varanda de sonhos da nossa vida... Então... o céu se desmancharia em luas de ternura e iluminaria de sol a textura sedosa das tramas da vida... de nossa alma mergulhada em sonhos de luz...