Maria
Prosa e Poesia
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Pálida, mas não sozinha...
Pálida e quase louca fico eu
de tanto que feneço.
E grito, berro,
não mereço, viu?
Ouviu?
Não mereço,
nada fiz por merecer,
sempre, sempre morrer,
sem nunca ser,
do meu mundinho,
que eu mesma criei,
a princesa da vez.
Se chego, estou atrasada,
se por acaso apareço
assim, na hora, ou no minuto,
estou adiantada
da tal hora marcada,
e me perdem pela estrada,

já viu isso? Uma vergonha,
sem tamanha, que pobreza,
vago até sem gentilezas,
um caos, uma bagunça,
essa vida, neste universo,
com esse governo
assim tão descontrolado,
emotivo, destemperado,
sem sal ou demais salgado,
doce igual fel,
áspero tal qual mel,
apressado, descabelado
de tanto me matar, e olhe,
desconfio já que desde janeiro,
ou o seu governo inteiro,
desde que me encontrou,
toda embrulhada,
numa armadilha de rua,
feita para pegar estrelas,
que vagam no céu descuidadas,
como eu, assim desligada,
vaguei quase que o meio século inteiro.

Mas um dia, e vai chegar
porque por isso vou lutar,
de Maria,
esse poeta de manjares encontrar,
e nele as mãos colocar,
faço dele roda viva,
gangorra de criança brincar,
e pode desde já,
gemer e gritar,
não vou largar,
não deixo escapar,
e vai pagar seus pecados,
com os meus, vai dançar
a valsa sem par,
com o solzinho,
todo, todo douradinho,
e cantando igual passarinho,
porque ninguém,
e ninguém mesmo,
por mais que queira,
nunca está sozinho.
Maria
Enviado por Maria em 26/01/2007
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