Meandros do Peito
Se as palavras se atijolam nos meandros do peito...
Se há tantas e tantas ainda a serem ditas...
por que o tempo corre, espatifando-se
contra os monturos das horas?
Isso eu queria saber, sim eu queria.
Por que é tão lépida a areia
de nossa ampulheta?
Por que não para de cair
quando encontro meu luminar?
Talvez por isso eu me perca tantas vezes
– e quantas até de mim...
Sim, eu sei – a percepção só vem na escuridão
- que hoje vivi as horas de ontem...
Não virei a folhinha do calendário
da parede - que nunca viro...
É que meço o meu tempo pelos milênios
entre um e outro encontro com a luz...
Maria
Enviado por Maria em 30/09/2016
Alterado em 01/10/2016