Maria
Prosa e Poesia
Capa Textos Fotos Livro de Visitas Contato
Textos

A Dor da Saudade

 

Querida Rose, poetisa amada.

 

As lágrimas conturbam minha visão. A dor no peito bate forte, as mãos tremem...

 

Um dia, depois de meus 6 minutos sem respirar na piscina da vida você me escreveu estas palavras. E enviou-as novamente quando meu mundo morreu pela fumaça e pelo fogo, quando fui para o outro lado na mesa de cirurgia. Você que me acompanhou desde os primeiros tempos neste recanto, sempre falando comigo, no Escondidinho, na Palavra Muda e Articulada, no O que os meus olhos viram, no e-mail, facebook, no skype. Sempre me empurrando pra frente, sempre me animando a querer viver, a lutar pelo amor, para que meu olhar sempre fosse em direção ao outro ao coração e almado outro. 

 

Você compartilhou comigo sua família, seu pai, sua mãe e irmãos que nesta doação se tornaram meus, me fez reconhecer neles e em ti a mim mesma, a minha gente.

 

Tenho tantas saudades de nossas conversas diárias. Você foi a única pessoa a quem confiei toda a minha história, toda a minha vida, meus sentimentos, sentidos, pensar, meus sonhos e utopias. E me contava os teus.

 

Sinto tanta falta de tuas lutas por mim, para que eu guardasse no relicário do coração o amor verdadeiro, que o cuidasse e dele entregasse a quem amo - o amor, o girassol da minha vida. Você sempre nos reconhecia uma alma só e com as palavras de Lya Luft sempre me dizia: "Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos que uma em outra podem se trocar, sem que alguém de fora o percebesse nunca" para que eu nunca parasse de amar. Para que eu amasse não por minha necessidade, mas pela necessidade que o outro tinha de ser amado. Me ensinou o amor-doação, que espelha bondade e luz para todos os lados do mundo. 

 

Você também me dizia sempre: "A amizade foi o jeito que o amor encontrou para entrar para sempre em nossa vida". Agora, hoje, sempre, suas raízes estão plantadas em mim.

 

Que dor de saudades querida, amada Rose, minha irmã, minha companheira diária de poesia, minha amada e eterna amiga.

 

Você, em vida, foi a única que não me faltou nunca. Sempre estava ali, perto, junto, conversando, falando, sonhando comigo.

 

Você rezava por mim quando eu desabava, quando sofria, quando morria. E chorava junto comigo em seu amor e alento.

 

Hoje eu choro por você amiga querida. Seria hoje o teu aniversário e minha alma só consegue balbucionar, sussurrar: como eu queria que hoje você estivesse aqui. Eu preciso tanto, tanto de ti. 

 

Te saúdo, hoje com a poesia que fizestes para mim quando voltei da morte a primeira vez e me enviou nas duas outras vezes. São palavras tuas que eram e sempre serão minhas:

 

Querida Maria

 

Quando há partilha e sentimentos.
Quando se ama a qualquer tempo.
E não há desenho para palavras
enraizadas no peito, emboladas na garganta
enroladas nos fios do pensamento...

Há palavras para serem sentidas
para existirem apenas no dicionários
dos sonhadores, dos românticos, dos que calam a voz
no céu da boca, mas que não podem calar os sentidos,

nem a vida que pulsa dentro de si.

 

E é a essa vida que brindo hoje,

para que vivas um emocionante tempo,

mesmo que fosse numa nota só ...

Faça valer cada sopro, cada inspiração

celebrando os seus segundos,

seus minutos, sua hora feliz!

 

Rose Rocha  (in memorian)

 

Continuo te amando muito, minha amiga, minha Rosa, minha flor de setembro.

 

Da Maria no setembro de minha vida.

 

 

 

Foto: do seu facebook

 

Maria
Enviado por Maria em 08/09/2022
Alterado em 10/09/2022
Comentários