Maria
Prosa e Poesia
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Naquele tempo...

Tinha uma profundidade rara em meu ser.

Um desconhecido que me impulsionava...

 

Será que era eu?

Ou outra dentro de mim?

 

Quem sou?

Sabes me dizer?

 

Sou uma sobrevivente de mim mesma.

De minhas tragédias interiores

em minhas próprias fibras,

formadoras de mim. 

 

Às vezes me sinto forte.

Noutras, me calo

angustiada e pensativa

sobre o que tudo

pode ainda acontecer.

 

Me pergunto

se teremos pulso

para suportar e viver.

 

Com certeza, naquela época

de que me falas José,

as pessoas também se sentiam perdidas

e não sabiam para onde ir.

 

Tinham medo de sair

de dentro, de casa,

de dentro de si,

de dentro 

de suas conchas e mundos,

 

por não conhecerem o desconhecido,

por não saberem o que havia por detrás

daquela bala de canhão,

daquela bomba

que feria os homens e a terra. 

 

Naquele tempo, José...

 

Tinha uma profundidade rara

em meu ser.

Um desconhecido

que me impulsionava...

 

Será que era eu?

Ou outra dentro de mim?

 

Ainda sabes quem sou José?

 

Um raio de tempestade?

Um ciclone-bomba?

Um desastre

a beira de virar Mar?

 

A tempestade parece amainar.

Ao menos espero.

 

Que não seja o silêncio,

a paz e a calma

do olho do furacão... 

 

É que...

Você sabe...

 

Tem uma profundidade rara

em meu ser.

Um desconhecido

que me impulsiona...

 

Que não seja o silêncio,

a paz e a calma

do olho do furacão... 

 

Que seja o Sol,

a profundidade rara

em meu ser,

o desconhecido

que me impulsiona...

 

Maria
Enviado por Maria em 06/03/2023
Alterado em 06/03/2023
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