Maria
Prosa e Poesia
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E das folhas secas brotam flores que se calam em seus pólens e belezas... Um vento que soprou o desamor por sobre o caule que se dobra... a haste, a folha melaça, caída, rodopiando, exausta de viver, dançando solitária... embrigando-se de si mesma... ao chão...

 

E ela imaginava-se ao sol, seu halo luminoso a tocando, imaginava-se oceano em suas profundidades, em todo seu mistério, em seu desalinho de amor, em seus segredos que guardavam imensidões em suas águas de só amar... amor... querido e esperado... querido e sonhado...

 

Imaginava-se o grito de liberdade, de seu nome em amor calado, o eco de amor profundo e verdadeiro, as sirenes que acordavam das brumas, das névoas a envolver a montanha.... imaginava-se o doce abrigo da letargia das palavras após a hora de amar... imaginava-se o calor que evocava um abraço não negado...

 

Ela imaginava-se... mas, foi tolhida pelas "atividades" das marés, pela "inatividade" das ondas de amor... pela (in)"conversa" que "não quero contigo ter"...

 

Ela imaginava-se um sonho, a essência de um sentimento, o meigo cultivar de uma semente de amor...

 

E... das pequenas cápsulas que se soltavam ao vento para cair ao solo de um coração que se pensava sedento, nenhuma conseguiu seu intento - a tempestade as levou... e longe estão, embora tão perto... tão distante foram empurradas, que do topo da escada - onde a beleza se exercitava - a vida, hoje fossilizada pelo tempo, rolou...

 

Como saber o caminho de volta? Desnorteadas, atordoadas, sem sorrisos e amor, não conhecem mais o caminho para os raios que lhe entregaram tanto desamor...

 

Ela se imaginava a primeira página de um livro que nunca tinha escrito e aberto e se descobriu a última de um que também escreveu e nunca abrirá...

 

São fragmentos, são restos que ficaram... pedaços de um essencial que ((não)) emergirá do obscuro e inconsciente de um dia que guarda memórias do que nunca, ((ainda)), foi...

 

E das folhas secas brotam flores que se calam em seus pólens e belezas... Um vento que soprou o desamor por sobre o caule que se dobra... a haste, a folha melaça, caída, rodopiando, exausta de viver, ao chão...

 

 

 

À lágrima da flor...

 

 

Maria
Enviado por Maria em 25/04/2023
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