Maria
Prosa e Poesia
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Textos

 

Toda vez que através do fulgor

das brumas de frêmitos nacarados

que abraçam a montanha,

ou sobre a azulada pintura

do céu das estrelas

meus olhos percebem

o brilho suave do seu amanhecer,

uma excitação feliz

se apodera de minha alma.

 

Então esqueço as avalanches de dramas,

as tragédias que a vida jogou em minhas estradas,

em minhas terras, num passado não muito longínquo...

E vejo... o novo mundo prometido...

e em mim, o desejo de conquistá-lo,

sabendo que nele tudo pode acontecer...

que nele sou livre e salva do meu próprio calabouço.

 

Sei que nele encontro-me nua diante do destino.

Pura, com nada a ocultar, nada a lamentar

por deixar-me descobrir inteira...

 

E assim você me vê, orvalhada

de todas as graças e misérias,

alegrias e tristezas, euforia e depressão,

intempestiva ou em contemplação...

o ser misterioso deslumbrado e contemplativo

nas palavras que a alma dita...

 

E sei que neste novo mundo

meu sangue se renova como se galvanizado,

meu espírito se colore de miragens e sonhos,

de sentimentos descomunais, de felicidades

e dores de saudades fulminantes

como raios estrondantes,

como o forte ribombar dos trovões.

 

Nesse novo mundo sei que o coração

se enche de disposições felizes

e minha alma se torna leve e cantante...

 

E então surge uma nova mulher...

completamente diversa... e apaixonada...

Surge a verdadeira mulher,

vinda de uma profunda elaboração do caos interior...

 

Surge essa, que agora te fala,

essa que um dia emergiu

do silêncio e do ostracismo

por um instante de milênios de luz...

Essa... que só fala... se você a quiser escutar...

 

Poema inspirado em uma coleção de livros que li em minha adolescência.

Maria
Enviado por Maria em 15/12/2023
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