Raspa de Tacho
Agora sou outra vez
pano dos sozinhos,
dos caídos, e freio,
nas quatro rodas de todos
os que por acaso
cruzam minha vida.
Uma pedra de tropeço,
flor da tristeza,
um resto, um trapo,
farrapo, bagaço,
raspa do tacho,
que a gente
só pode jogar fora,
nos entulhos da vida,
onde até hoje, sempre
tinha ido,
para ajuntar os outros.
Agora sou eu,
eu que estou lá.
Afundada no lodo
de minha própria sorte.
Num destino que não sei ao certo,
que pecado fiz, para merecer.
Ainda procuro por ele,
para me redimir,
quem sabe se souber,
seja possível... seja possível!
Maria
Enviado por Maria em 22/05/2008
Alterado em 22/05/2008