A Montanha Abraçada Pela Névoa (IV)
E caminhei em seu corpo,
querendo descobrir suas sendas,
suas grutas tão
profundamente escondidas,
tão obcuras, fechadas até
para os próprios olhos.
Dentro delas eu sabia,
estava o coração,
sentimentos nus,
verdades nuas,
um ser a tentar
se proteger da felicidade.
Foi isso que pensei,
e me senti responsável
em ajudá-la a descobrir-se,
em ajudá-la a achar-se.
E no entanto,
descobri-me eu perdida,
e ao caminhar em suas trilhas,
embrenhei-me no desconhecido meu,
perdendo-me mais em seu interior.
E ali, navegando
nas águas coloridas
que fluiam de suas melodias,
dos seus lagos e vertentes,
foi onde depositei minha vida,
descobri meus sentimentos
e deixei meu coração.
Maria
Enviado por Maria em 30/05/2008
Alterado em 06/09/2009