Se venho, venho para lhe animar,
independente
de como esteja me sentindo.

Dizer-lhe palavras de carinho,
independente de não ouvir nenhuma.
Falar de meu amor,
ouvindo o silêncio do teu.

Vendo só suas lágrimas,
suas lamúrias se dizendo:
bruto, um torto !
sua vida nas sombras de um lado,
confrontada por fantasmas
do passado, em outro,

Sua alma não afeita
à fantasmas,
nem a sonhos de luzes.
Sua vida vivida mil anos
atrás de um sonho...

Eu pensei
- eu sonhei eu acho -,
que tinha ouvido falar
que a felicidade
já fazia parte da vida,
saia pelos poros,
expadia-se em luzes.

Mas, não é o que vejo !
Não é o que as imagens
que vejo, falam.
Dia após dia, repetindo-se,
chorando, molhadas de lágrimas,
nas sombras da névoa,
cobertas de neve, calam !

Caladas falam que choras...
Ontem, hoje, agora !
Choras muito...
Por favor, não quer me contar ?
Por que você está a chorar ?