Maria
Prosa e Poesia
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Bastião e Mariazinha (VII)
Esse tal de Bastião é um avião
Daqueles que voam até no chão.
Vive de controle remoto na mão,
Comandando  a doce Mariazinha
Como se fosse o poderoso chefão,
Da vida, as chaves e o coração !
Esse homem não tem jeito
Será que nasceu perfeito?
Não, isso não pode ser não,
Pois somos todos irmãos,
Pedra – pedra, pão – pão,
Por que seria diferente Bastião ?

Não sei, mas já estou desconfiada,
Que nessa história tem marmelada
Pois o homem apronta prá dedéu
E a mulher acha que ele é o céu !
Claro, é um homem trabalhador.
Disso, ninguém duvida, não senhor.
Já foi de tudo, das chefias o peão,
Agora, dos peões – o chefão !
Depois eu falo dessa odisséia
É uma história antiga – Coisa séria !
- Diriam os caipiras de São João –
O tar do Bastião com as profissão !

Não parou em emprego nenhum,
Já passou por 10 – de um em um -.
Hoje é comerciante mas  já  foi redator.
Estudou prá ser escritor – jornalista.
Não quis ser como o pai – dentista.
De rádio e televisão, foi comentarista.
Escrevia até atas, hoje é vendedor.
Vende eletrodoméstico, louça – especial.
Foi presidente de associação,  professor.
De jornal online foi o chefe –editor.
Hoje Bastião está mesmo é aposentado,
Mas trabalha mais que um condenado.

Por isso, é que o malvado,
não tem tempo prá Mariazinha,
deixa a mulher sempre de lado.
Coitada. Vive sozinha,
Cuidando dos filhos, da casa,
Ele? Vive com  pé na estrada
Vai às compras, na feira,
No açougue, veterinária,
De segunda à sexta-feira
De agenda lotada, demais ocupado
Parece um ônibus de rodoviária
Um dia antes de um feriado.

E diz que Mariazinha é a culpada,
Não gosta de sair de casa,
Nem com os outros conversar.
Ela diz que o Bastião é ciumento,
Aperta o cerco, igual a pua,
Diz que é falta de respeito
Mulher dele dar trela na rua,
Com quem quer que seja falar...
Sendo o gari ou mesmo o prefeito.
Por isso Mariazinha é quietinha,
Vive em casa, escondidinha,
Prá bastião não se enfezar !

Mas isso obriga o Bastião
A comprar até o pão...
E não é que o desgraçado
Nem toma o café ao seu lado?
Pois é, vai tomar na padaria,
Comer o pão bem fresquinho,
Com um café cheiroso, quentinho.
E prá mulher? Leva um restinho,
De um pão bem frio amassado,
Assim, assim, meio passado,
pão de ante-ontem, dormido.
- Que é isso, Bastião meu amigo???
Maria
Enviado por Maria em 09/07/2008
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