Minha vida um dia mudou. Saí do lado de lá, e vim parar no lado de cá. E desde lá eu passei a olhar as pessoas com outros olhos.

Bom, eu encontrei a razão de viver. E agora com todas as crises pelas quais passei eu fiquei pensando: Será que não errei ao fazer?

Você sabe, todo mundo tem seus interesses pessoais. Eu confesso, também tenho. Tenho vergonha de dizer que às vezes fiz coisas pensando em meus interesses. Você sabe, eu não preciso dizer, você estudou, conhece o coração humano.

Então eu fiquei pensando, será que tudo o que sempre fiz - o que faço -, fiz e faço em agradecimento pelo que já recebi, pela vida nova que ganhei, e por amor a quem precisa de minha ajuda, ou fiz pensando em meus interesses pessoais? Tipo assim, ser reconhecida?

Veja, se falo é porque são coisas que me ocorrem no dia-a-dia da vida, pensamentos que me cruzam. Sim, porque eu fiquei pensando nas crises. Se intalou-se uma crise é porque doeu. Mas doeu por que?

Porque me senti desvalorizada, desprezada. Porque me senti injustiçada.

Fiz tudo da melhor maneira possível, mesmo sem saber, sempre me esforcei ao máximo para compreender e fazer como queriam que fosse feito, nunca faltei com nenhuma obrigação assumida e quando comecei a faltar, avisei que não conseguia mais. Claro, esqueci de dizer porque. Achei que não precisava. E me ralei.

E agora, pensando nisso, eu pensei que talvez eu me sacrifiquei tanto - minha vida mesmo -, mas o que é que me movia? O amor?
Ou o interesse de ser reconhecida, amada, querida?

E tudo isso eu me perguntei. E sabe o que descobri? Você já deve imaginar não é? Já percebeu.

As duas coisas. As duas coisas.

Eu fiz tudo por amor, por paixão, mas também esperei ser reconhecida, valorizada, amada, sentir-me importante.

E agora eu pergunto para você que sabe tudo da vida e do ser humano.

Isso é normal?