Pranchas Soltas
e minhas palavras,
parecem pedaços de madeira
de um navio que naufragou,
perdidas no oceano da minha vida.
pranchas soltas nas asas do vento,
levadas pela imensidão das vagas
que açoitam minha alma
com o trovão da dor.
sou uma ilha selvagem,
tomada pelo matagal
do sofrimento
que a vida me destinou.
visto coletes salva-vidas,
mas afundo-me
para dentro de mim,
um poço escuro e sombrio
naufragado na ilusão.
sou apenas uma menina
que se apaixonou
pelo tempo errado,
na hora errada,
na época errada.
e agora, sofre
o gosto amargo
de não conseguir esquecer
a luz do tempo.
e por viver nas palavras
mudas e ocas do silêncio.
Maria
Enviado por Maria em 03/08/2008