Maria
Prosa e Poesia
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Cedo Demais
Quanto mais perto chegava,
mais alto ele ficava.
No fundo me apavorava,
só a idéia de lá entrar.

Olhei-o todo redondo,
tão alto, todo espelhado,
parecia assim um poço,
ao inverso perfurado.

Enfim, ergui a cabeça,
armei-me de muita coragem
e em frente caminhei.
Parei no fim de uma fila,
que já na porta encontrei.

Eram dois elevadores,
daqueles panorâmicos,
todos dois congestionados.
Olhei o relógio, quinze e vinte,
a hora que tinha marcado.

Pedi à ascensorista:
- Onde fica a escada?
Fui rápida para a porta,
que a moça me apontava.

Seis andares!
Degraus acima voei.
Corri pelos corredores,
só parando na salinha,
onde estava a secretária,
que simpática disse: - Oi?

Fui logo pedindo desculpas,
por ter chegado atrazada:
- A culpa foi do elevador,
precisei subir pela escada.

Ela consultou a agenda,
e me explicou com cuidado,
e até com muita paciência:

- O doutor está doente,
senão até te atenderia,
mesmo que não é teu dia,
pois vieste muito cedo,
uma semana de antecedência!

Maria
Enviado por Maria em 30/08/2008
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