HD da Felicidade !
Quando nossa conexão cai é que fazemos
as descobertas mais importantes:
que não sabemos mais viver desconectados
e que o fio que nos liga a nossa conexão
não pode mais ser desligado por mãos humanas,
nem por dedos calejados de modernidade
que já se acostumaram a entender
a razão de nossa compulsividade...
E, mesmo que não saibamos tudo de computador,
a ponto de deletarmos todo nosso programa
de mensagens com um só teclar,
acabamos descobrindo que mesmo perdendo
nossos dados mais preciosos
e nossos arquivos mais importantes,
somos governados pelos programas que já adquirimos
ou pelos quais fomos comprados,
sem nem mais pesar o preço que já foi pago
pela dor que deletou tudo, menos o essencial:
a descoberta que o programa original
é o único em que podemos confiar,
sem ter medo do vírus que fica de quarentena,
esperando um teclar indefeso
para devastar nosso computador
e provocar a desativação de nossa conexão...
É claro que o óbvio não entende a emoção,
senão instalaríamos anti-vírus tão potentes
que não permitiriam nem mesmo um abrir de janela
para uma saudade invadir o nosso quarto
e perceber que não é o vazio
que dorme conosco em nossa cama macia,
mas, o calor de uma ausência presente...,
de algo importante demais para nós...
E descobririamos que as Pedras do Arpoador
já tem seu lugar definido,
e que depois de conhecê-las ou tocá-las
com a ponta dos dedos da alma,
mesmo amando-as loucamente, a nós cabe,
na saudade vivermos o nosso amor,
pois não há como arrancá-las de suas raízes,
nem desarvorá-las das terras as quais pertencem...
Nem mesmo escurecendo o sol
que banha seu imponente dorso,
fazendo um arco-íris de luz e vida
com a água das ondas que lambem seus cabelos
e as reentrâncias de suas rochas...
E veremos que a cidade "sorriso" não carrega essa fama
por só contemplar o Cristo Redentor,
mas porque é vigiada, cuidada e contemplada por ele.
E, mesmo que não o possa ver por entre as brumas
que o cercam a cada manhã, "ela sabe":
Ele está lá! Ele está lá todos os dias e noites,
abrindo os braços para recebê-la de volta
depois de cada fuga para a realidade...
Porque é lá, bem lá, no alto da montanha abraçada pela névoa
que está encravada a torre que a conecta com o seu mundo
e a faz ser quem é de forma verdadeira...
Também é lá que estão os braços
que a acalentam na intimidade do ser,
fazendo-a rolar em sonhos de nuvens e neblina,
enquanto instalam em sua alma, a certeza...
de que somente na eternidade desses braços feitos
ela encontrará... o HD da sua felicidade !!
Diálogo com a poesia "Conexão" de Kolemar Rios
Maria
Enviado por Maria em 24/01/2009