Ninguém
Um vazio me domina,
prende meus passos.
Tudo gira ao redor
numa velocidade inatingível.
Tudo gira de tal modo
que não consigo ver,
não posso compreender.
Caminho sozinha
pelos meus jardins.
Não saio deles
para não me perder.
Tenho medo de dar um passo
para fora de meus domínios.
Fiz tanta coisa errada,
tantos pecados...
O preço foi alto demais...
A paga é doída demais.
Os olhos rasos de lágrimas quentes.
Ardidos das noites de insônia.
A dor que queima o corpo.
Uma vontade de morrer,
de sumir, desaparecer.
Sinto-me um lixo,
um trapo sujo e sem valor.
E olho para o espelho
sem conseguir me ver.
Hoje não sei mais quem sou...
Queria ser gente...
Mas descobri...
Que não sou ninguém...
Maria
Enviado por Maria em 09/02/2009