Não posso viver sem essas horas
que dançam qual pirilampos
diante de meus olhos
sem que meus pensamentos
sejam levados ao céu infinito
onde mora a luz dos raios amados.

Crueldade dos erros da vida
que me afastaram
de quem sempre fui,
de quem sempre quis ser
e de quem lutei para ficar.

Não há explicação
para as margens penosas
desse rio que preciso cruzar.
Não há nada que me convença
de que tinha de ser assim.

Minha insegurança se dissipou
com os gritos das ondas
do vento me expurgando
para longe da vida, da luz do sol.

Quanto mais os ventos sopram,
mais forte fica minha certeza
de que este é o meu caminho,
o caminho do sol,
e mais forte fica a esperança
de que um dia sua luz
compreenda que sem lua  
a vida na terra é inóspita,
sem sentido e vazia...