Ânsias Cremadas
Tomo da pena para escrever
minhas lembranças
num rascunho
azulado do tempo.
De soslaio me passam
momentos que nunca vivi.
Sonhos que adormeço à fórceps.
Sem mais ânsias.
Enterrei todas
nas terras
do jardim
que já morreu.
Para serem cremadas
com as manhas
furiosas do sol.
Não sobraram cinzas
para jogar
sobre a terra.
O velório
acontece
dentro de mim...
Maria
Enviado por Maria em 07/04/2009