Sem Nexo
troveja ao longe,
ribomba o som
dentro de mim.
sou garça
sem asas !
as penas levantam,
o voô não vai.
e se vai,
se achega
a lugar nenhum.
nuvens de pó.
qual ninho
sem calor
abanam
suspiros de só.
acordo prá ver.
mas ver o quê
desta vida
tão solita?
ver a quietude
e o silêncio
de milênios
e milênios
de sol?
é ordem de ir.
sem lar, sem laço,
num mundo vazio,
tão vazio
que a revoada
nem se faz
mais sentir...
prá que voar?
prá que cantar?
ninguém ouve.
ninguém quer.
ninguém nem mais
vai se importar !
Maria
Enviado por Maria em 09/04/2009