O vento sopra a areia da praia
O vento sopra
a areia da praia
que açoita meu corpo
como se fosse
balas perdidas.
Cabelos desgrenhados,
calça arregaçada
até os joelhos,
pés no chão,
caminho lentamente
na noite escura.
As ondas,
vergadas
pela força
do vento,
estouram fortes
contra as pedras,
criando uma chuva
de gotas salgadas,
arremessadas ao largo,
que acabam
por me alcançar.
Em pouco tempo,
ensopada, começo
a tremer de frio.
As gotas salgadas,
misturam-se
às lágrimas.
Fora o barulho das vagas
quebrando nas pedras
o silêncio da noite é total.
Olho ao longe
a montanha silenciosa
e balbucio
algumas perguntas:
Que luzes seriam aquelas
que surgem no meio
da escuridão?
Quem estaria atrás
das luzes na montanha?
Silêncio.
Ninguém responde
às minhas perguntas.
Olho para o chão,
cruzo os braços com força
e apresso o passo.
Hora de recolher-se.
E quem sabe sonhar
que seja possível
viajar no tempo,
acelerar as horas,
para que logo
o dia amanheça.
Maria
Enviado por Maria em 11/09/2006