Monologando...
a manhã já se encantou pelo dia. está frio, muito frio. mas o sol vai aquecendo tudo aos poucos. eu? não sei. talvez me sinta só. hoje me senti assim, sei lá, decepcionada... esperei demais, mesmo de uma amizade. esperei uma palavra amiga, algo que me tranquilizasse,
que me dissesse: - é isso aí. vamos conseguir sim. vamos. vamos sim.
eu ajudo você. eu? eu acredito. tento acreditar. tem coisas que queria dizer. que sei tomar decisões por mim. que não sei também. e que mesmo não tendo medo, tenho...
não quero calar o que sinto. não posso ser injusta comigo. até hoje sempre fui. não posso mais ser. mas então, tenho de encontrar um outro espaço para falar... porque não sufocarei meus sentimentos,
não serei injusta comigo. não outra vez... jamais.
Acho que preciso de colo. Sinto-me tão pequena, sem forças. Algumas perguntas que se formaram. Outras que não se calam. Porque tenho
de sempre perder? Porque preciso sempre ser punida pela vida? O que foi que eu fiz? Por acaso o que a vida faz comigo também não é uma injustiça? Ou eu mereço tudo isso?
Uma certa tristeza ronda meu espírito. Vontade de chorar. Aninho-me apertadinha dentro do meu coração e sinto o seu pulsar. Batidas de quem chama. De quem mesmo em surda voz clama para saber por que o tempo passa tão calado... e por que a alma se sente assim,
tão só no meio da tempestade.
seleciono meus minutos de convívio com as letras e desato o nó da falta de vontade. tanta coisa para dizer, e um desânimo crescendo
dentro da alma. não consigo entender porque me acomenteu também. não posso deixá-lo criar raízes e florescer. assim como você
também não. lute! lute contra essa inércia, essa apatia que quer dominar os sentidos e a alma. eu também vou lutar!
onde estão as palavras? elas me faltam. vasculho o velho baú onde guardo as mais lindas palavras de acalanto, de amor e não consigo encontrar aquelas que falem tão profunda e intensamente como eu preciso. sinto tudo tão forte e ao mesmo tempo, mas já nem me importo mais com o que meu corpo ou minha alma sofrem. me importa saber ser o sol um astro feliz e em paz consigo mesmo. me importa saber que o seu mundo esteja curado de suas feridas e de suas angústias. deixa prá lá a minha dor. ela corta e geme meu espírito
por não mais saber dos caminhos do sol, mas o pensamento de que
sua luz esteja sofrendo também é maior do que todo o sofrimento que preciso passar. eu preciso encontrar as palavras. se não existem, criá-las. só elas podem expressar na totalidade o que quero dizer neste momento.
Preciso ser forte. Preciso buscar forças dentro de mim. Lá, lá onde elas não mais existem. Mas preciso ficar forte. para poder dar a minha força, a minha energia, a minha esperança para quem amo, para o sol da minha vida. Preciso ser forte para dizer as palavras certas que o levantarão ao céu, por sobre as nuvens, para que brilhe sua voz, para que solte suas cores, e ilumine a vida que o cerca, o mundo dos eternos, neste imenso universo azul. Preciso ser forte e suportar a dor, a saudade, os momentos difíceis e delicados, para que quando meu Rei precisar de mim, eu esteja pronta, armada de candura e alento como um bálsamo à curar mágoas, dores e feridas... que a vida deixou. Preciso ser forte para dar amor e carinho, que é o que tenho para dar, mesmo que venha a me esvaziar.
Maria
Enviado por Maria em 23/07/2010