Maria
Prosa e Poesia
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Diferente e Daí ?
"Uma coisa é certa: na prosa a tua criação é mais rica do que em poética! É mais fluente, mais rítmica, ardilosa!" Joaquim Moncks

Um dia meu amigo Joaquim, você vai me entender e vai aceitar o meu jeito de ser e escrever. O meu jeito de pensar, diferente do teu, que a prosa também é uma poesia e que a poesia não precisa de regras e potes de medidas para ser poesia. Talvez vais ver e aceitar que para mim - e apenas para mim - poesia e prosa andam juntas, de mãos dadas, entrelaçadas. Que para mim, que não conheço as regras e ditames, tudo, seja em prosa, seja em verso, tudo, tudo é poesia, assim como a vida, como o mundo que vulcânica aqui dentro. Quem sabe vais compreender que a poesia não tem receita para ser, mas que é livre, solta, princesa como a companheira de um cavalo doce, meigo ou xucro e selvagem, que galopeia pelos campos do meu coração, sem necessitar de banhos de espuma e cheiros comprados, mas apenas da singular água da chuva para molhar seu dorso quente e trazer o frescor da manhã em seus olhos principescos. Um dia meu amigo, talvez você entenda que quem me ensinou e ainda me ensina, sabe e é diferente, muito diferente das coisas que o mundo concebe nas métricas e létricas (isso existe em algum dicionário?) das letras. E talvez vais compreender que a poesia não precisa ser igual, que ela ultrapassa tempos, universos, pensamentos, gerações e como tudo, precisa e pode mudar...  E, se um dia vai ser assim, que seja assim. E porque não hoje ? Então... que seja hoje, e que seja já e por que não agora?  E se tiver que ser em mim, que seja em minhas palavras, em meus textos, naquelas que chamo eu poesia e tu poema, ou prosa poética. E, se não escrevo bem, e se só faço o que chamas de confessionário íntimo, se não gostas do que lês em mim, e se apanho de ti por ser assim, quem sabe um dia alguém sopre em minhas linhas o bálsamo do prazer em me ler e descubra e diga: - Apesar de não escrever o que chamamos poesia, ela teve a coragem de ser diferente, ela teve a ousadia de bater o pé, a audácia da teimosia em permanecer quem é e lutou pelo que acreditava ser o que queria que fosse, o que sonhava que era, sem se importar se era a única, ou a segunda, a última talvez. Ela, Maria, não teve medo de dar a cara à bater e desafiar as regras, as linhas, os parágrafos, os títulos... os autores, aqueles antigos, os outros modernos, ainda os atuais... E porque ela era assim, talvez você e mais alguém se pergunte... Ela era assim, porque não era ela que falava nas letras, mas pirilampos de sol que dançavam em seu interior que escreviam para fora de sua alma cada uma das letras que de seu interior brotavam. E ela não conseguia se conter. As palavras fluíam ao sabor de suas emoções. Tal qual as velas de um barco singrando os mares ao sabor dos ventos... E, como acontece com todos, um dia ela também passou... E, só o que ficou, foi a diferença que ela fez e era. Só essa foi lembrada. Porque o resto meu amigo, não importa. Mas o que tu fazes de diferença na tua vida e na vida dos que você toca com o teu jeito de ser, escrever, falar pensar, amar e viver, isso fica prá sempre... Seja na vida ou na poesia nascida nela...
Maria
Enviado por Maria em 28/08/2010
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