Ouço os murmúrios da lua
que cruza por sobre o mar.
Fazendo seu eco nas ondas
que brumam noite e dia,
dia e noite, incansáveis,
sempre, sempre, sem parar.

Correm estradas invisíveis,
trazem respostas, mensagens
dos cantos por onde passaram.
Segredam tudo às pedras
e ao pescador que calado
tece sua rede
e o horizonte observa
- sendo observado -
e com o olhar responde
- do vento - o doce recado.

Toque de remos na canoa
colorida de esperança
ao longe - os gritos -
as gaivotas que serenas
deslizam, asas abertas
tal qual um sonho
de som doce de nuvem
dos barcos e suas melenas.

Olho o mar - e lá me vejo -
no alto do rochedo.
Na montanha,
onde fiz meu ninho.
Sinto teus olhos
nos dedos da brisa
acarinhando meu cabelo
teus braços ao meu redor.

E unidos assim,
- num entrelaço -
olhos fechados...
Sentindo o teu calor...
um terno e longo beijo,
todo ameigado de amor.