Maria
Prosa e Poesia
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Eternidade do Sonhar
Quando a gente nasce como eu nasci,
não percebe que já é. Precisa descobrir.
E nem compreende o porque de ser.
Então lutamos desesperadamente para aceitar.
Nos degladiamos consigo mesmos sem trégua.
Estamos sempre brigando, sempre lutando,
Adiando a transmutação de nosso ser
que é inadiável, intransferível.
Para continuar a ser, precisa acontecer.

Neste luta encontramos pelo caminho
tanto pedras, como espinhos.
E com eles tecemos coroas para nos ferir
e espadas para cortar o nosso coração.
Caminhamos sobre as brasas da dor,
os pés descalços para deixar marcas,
onde as pegadas indicam que ainda somos.
Também descobrimos que nas pedras surgem flores
que nos ensinam que é possível, é possível sim,
flores nas pedras, formarem um lindo jardim.

E os tempos passam. Sempre se vão.
Para longe. Para o dia seguinte.
Não entendemos porque as nuvens correm,
o sol brilha, as estrelas cintilam ou a chuva vem,
nem para onde correm as águas de um rio.
Não vemos de onde vêm, nem para onde vão.
Sabemos que estão ali. São necessárias para a vida.
Como no tempo agreste o são, as chuvas de verão.

As nuvens avançam no céu e não vemos de onde surgiram.
Formam imagens que nossos olhos contemplam
sem compreender os seus mistérios, seus segredos.
Sonhamos com estrelas que nunca caem em nossas mãos
e desejamos o sol que imponente segue seu caminho.
E assim vamos seguindo os nossos dias, em silêncio.
E se falamos, são as lágrimas que falam por nós.
Porque não sabemos dizer o que nossa alma sente
quando nossos sonhos só existem... Em sonhos...
E o infinito está na eternidade de nosso sonhar.
Maria
Enviado por Maria em 16/09/2010
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