Maria
Prosa e Poesia
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Textos
Inanimados
Por que estou tão zangada? Por que? Por que meus olhos ardem e a cabeça dói? Por que? Por que tudo gira ao meu redor e me deixa tonta a ponto de não conseguir ver direito? Por que as letras se embaralham à minha frente? Por que? E por que chora a alma? Por que? Não consegui pregar um olho. Não consegui ter paz prá dormir. Foi uma noite de cão. Minha alma latia, fazendo um barulho infernal, não me deixando dormir de jeito nenhum. Um sentimento de raiva, de brabeza me tomava a alma. Uma vontade louca de levantar, de vir aqui e dizer: - Olha, muito obrigada por cada letra que leram de mim, mas agora terminou. A fonte natural secou e eu decidi fechar todas as torneiras que possam trazer uma gota de água de algum lugar. Mas por que? Por que? Por que é isso que estão me ensinando. É isso que estou aprendendo. Guardar a água que jorra de meu interior, só para mim. Só para mim. Não é o que deseja o meu coração. É essa boba-razão que me imputa este castigo. Ela olha o silêncio do sol e berra: - Meu silêncio pelo teu! Vamos nos esconder juntos. Vamos nos calar juntos, até morrermos, sim, até morrermos pobres de nós mesmos, com a alma aprisionada no calabouço do silêncio. Vamos silenciar até morrermos inanimados por falta de palavras.
Maria
Enviado por Maria em 08/10/2010
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