Não fui o que tanto desejei ser. Uma luz em seu caminho. Nem consegui ir além do alcance dos meus braços. E eles não conseguem nunca tocar a luz do sol. Pois, ele se esconde das gôtas de chuva que rolam de meus olhos. Mas, suas cores são sentidas sempre. Em mim fizeram morada. São meu caminho e minha luz. Por mais que ele se esconda atrás da montanha. Uma montanha de terra que se ergue para cima do vale onde minha vida está mergulhada. Por isso não consigo nunca chegar ao topo. Meus olhos não possuem pés e minha alma está manca de esperanças. Às vezes a gente erra, tentando acertar. Por tentar demais. Às vezes, na ansiedade de ajudar alguém, de pegar na mão e desejar demais que alguém se levante e caminhe... por desejar demais que o outro tenha esperanças... nós erramos. Falhamos. E quem sabe, até, pioramos tudo. É a vontade de ajudar, estar ao lado, estar perto. Mas... precisamos aprender que às vezes, não é isso que o outro quer e nem o que precisa... e quem sabe o que ele quer e precisa: A gente não tenha prá dar. Assim é o sol. Nós queremos que ele brilhe em majestade no céu de estrelas e nos dê o seu calor, mas ele prefere ficar ali, em silêncio, descansando a alma no colo da montanha... Nós? Precisamos aprender a nos contentar com o reflexo de suas cores... Com o coração chorando de saudades do seu toque de luz e calor...