Maria
Prosa e Poesia
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Quando Penso, Penso Assim: (X)
Força

Uma força descomunal me move e me impulsiona a sempre ir em frente, sem nunca me deixar levar. Não sei de que lado vem, mas sinto seus olhos me espreitando e aos poucos me empurrando a não parar de andar. Se paro, sinto sua mão me puxando. Se vou, sinto sua alma me ensinando paciência, força, dignidade e honra.

Passos

Olho minhas asas, quase amarradas ao corpo, enceradas de medo e uma certa angústia que remexe o peito e joga um peso sobre o coração. Tomo nas mãos os sonhos zebendos, e observo com amor, os passos de um homem em direção ao caminho de sua vida. Ombros curvados, cansados, agastados pelo tempo e pelas preocupações do mundo. Para onde ele vai? De onde veio? Como saber, se ele não fala? Perguntas e mais respostas que estão todas em suas mãos, mas que o tempo, senhor dos momentos, nunca deixou e não me deixa acessar.

Mentiras

Mentiram prá mim quando me ensinaram que o que os olhos não vêem o coração não sente. Não é verdade. O espírito que se move em nosso interior é sábio em perceber, sentir e intuir, até o que não é visível aos olhos.

Tombos

Tudo o que fazemos, os passos que damos, atitudes que tomamos, são consequências de emoções que vivemos. E se isso me alegra, porque sei que o que você faz, é um movimento, uma reação do que eu fiz ou deixo de fazer. Também me entristece. Não porque não queira isso, mas porque descubro a cada passo que dou, que se você me magoa é porque foi magoado. E talvez nem fui eu, ou minhas atitudes que te magoaram tanto assim, mas a vida, com seus revezes, com suas trancas que nos levam aos tombos para a escuridão de nós mesmos.

Esconderijo

Se me fecho em mim, não é porque fujo ou preciso me esconder. Mas é na escuridão de meu próprio eu, que consigo perceber com clareza quem sou e porque vacilam meus pés e desabam as minhas mãos.

Clausura

Se cada dia fazes algo contra ti e teus sonhos, estás em tua revolta, atirando contra tua própria face e subjugando teus sonhos a se enclausurarem em si mesmos e desistirem de buscar caminhos para a realidade.

Transparência

É na tua revolta, nas atitudes que tomaste, nas decisões que te obrigaste, que deixaste claro, com toda transparência, a fragilidade e força de ser homem e às vezes menino, que regem a tua vida e por extensão a minha.

Intensidade

E se, como aprendiz, por lição e aprendizado repito tua vida na minha. Se como roda-vida, giramos e giramos, num encontro de aparente desencontro, é porque um se deixa levar mais do que o outro pela fúria desmedida das vagas do tempo que não mediram espaço e lugar para tamanha intensidade de sentires e sonhos.

Iguais

Se hoje somos iguais, sempre fomos assim. O que não foi, não é porque não quis ser, e o que quis ser e não foi, não foi por falta de tentar. O aprendizado prá vida é que somos o que somos e não o que deixamos ou ainda almejamos ser.

Chatices

Por que somos tão egoístas em compartilhar nossa vida e nossos sentimentos? Tudo seria tão diferente na história, no mundo, se as pessoas soubessem compartilhar. Mas temos medo de nos revelar. Medo de que descubram que somos frágeis, que temos defeitos e que cometemos erros também. Medo de que ao revelarmos as nossas confusões do dia-a-dia, as pequenas atividades e vivências, nos achem chatos, pedantes, sem graça e sem valor. Ou, mesmo achem que somos bobos por estarmos contando essas coisas. Que nos pensem humanos demais... Por isso nos escondemos. Para que todos nos achem perfeitos e superpoderosos. Deuses sobre tudo e sobre todos. Na verdade, meu amigo, só conseguimos saber se amamos alguém de verdade se conseguimos aceitá-lo com seus defeitos e suas diferenças quando até as pequenas coisas do dia-a-dia tem importância para nós. Por isso não é chatice compartilhar com a pessoa amada seus problemas pessoais, suas dificuldades, por mais corriqueiras e simples que pareçam ser, como uma ida ao um dentista, bacilos que nos protegem, "historinhas chatas mas verdadeiras".
Maria
Enviado por Maria em 24/10/2010
Alterado em 13/04/2011
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