Maria
Prosa e Poesia
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Sem-Teto
Podem rir. Orgulhem-se dos seus feitos! Olhem prá mim! Podem ver a profundidade de seus descasos? A sorte de suas indiferenças? Não cheguem perto. Devo feder. Possuo feridas abertas. Chagas causadas pelos ratos que perambulam em meu corpo enquanto faleço de dor. Me cobrem lonas e pedaços de pau. Fogo de chão e panelas de lata de azeite. Copos não tenho para água tomar. Nem água mereço. Nem pão. Nunca me dão o que comer. Preciso catar nas ruas. Vagar na noite para encontrar em meio ao lixo uma folha de pão. Prá mim estão destinadas as sobras dos esgotos. Nem ouvem meu desesperado: - Nãooooo!!!!!!!!!!! Sou tratada como escória. Expulsaram-me de meu próprio barraco e me fizeram morar no chão.
Maria
Enviado por Maria em 27/10/2010
Alterado em 27/10/2010
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