E assim fico pensando: Se a gente sabe que existe. Se a gente se sabe ser humano, pessoa. Se a gente se sente, se vê, se percebe... por que precisamos de um conceito que prove a existência? Bom, talvez o fato de não saber esse conceito, de nem mais lembrar onde foi que dele ouvi falar, ou se ouvi mesmo ou se sonhei é que me tornam tão impressionada com o fato de ele possivelmente existir. Sabe, eu acho que vivi num outro mundo durante a maior parte de minha vida. É. Não foi esse mundo o que vivi. Nem eu acredito que eu existo se durante tanto tempo não vivi neste mundo. Por isso tenho tantas dificuldades em entender quem sou, como sou, de onde vim, para onde vou. Por isso vivo mergulhada em tão profundas perguntas sem respostas. Eu preciso provar minha existência. Mas como ? Eu pergunto: Alguém sabe que eu existo ? Uma coisa eu sei: Se as lentes do universo não me enxergam, sou apenas um sopro fugás dos lábios do sol, uma metáfora ambulante de algum rincão do universo, um nada que inexiste até a si mesmo... Literalmente, agora,  preciso de conceitos prá explicar minhas sobras de um conhecimento que eu mesma inventei... São frágeis e gastas as metáforas que inventei para sobreviver... Preciso dar conta de meus próprios enigmas. As perguntas dos meus enigmas sem respostas são respondidas sim. Pelas não respostas...