Maria
Prosa e Poesia
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Textos
Mundo Interior
Meus textos nascem da necessidade premente de criar, dar vida aos sentimentos mais intensos e profundos. Por isso tenho a impressão de que vivo me projetando inteira em cada texto escrito.

Acho que para mim a arte de escrever nunca vai ser a de pensar o que escrevo, mas sempre vai ser a capacidade de expressar o meu mundo interior... o meu consciente e o inconsciente.

Os que me criticam dizem que tenho medo e dificuldades em permitir aflorar alguns sentimentos e citam como exemplo a sensualidade, a paixão. Os que me elogiam dizem que sou extremamente sensível, dona de sentimentos profundos e palavras apaixonantes.

Não sei. Só sei que ao escrever é como se o mundo tivesse se imobilizado, quieto, parado, sem rodar, após ter explodido em luzes e sons, roubando-me a consciência, atirando-me para o meio de um redemoinho de sensações e emoções indescritíveis.

Quantas vezes sinto que o tempo parece mudar, parar... o céu fica mais azul, o ar torna-se perfumado de rosas ou jasmins. Tudo adquire um brilho extraordinário, vida, louca e viva vida.

Outras vezes, o mesmo ar parece ficar carregado de uma forte emoção que ameaça roubar-me o controle de mim mesma, de minhas ações, e que parece dominar o caminho que minhas mãos devem trilhar ao conduzir a pena sobre as linhas do papel, na contramão do que a razão estava a escrever.

Então tudo gira, tudo se transforma e creio que acontece a transmutação da lagarta em borboleta, como se ao ganhar asas o mundo interior ficasse livre para voar até onde os sonhos podem nos levar, até onde o sol se mistura com a terra, as águas sussurram sonhos, até onde a lua dança a melodia das estrelas e as flores se dobram humildes em adoração ao universo que se desfralda em palavras.

E surge a poesia, pura, límpida, regurgitada na nascente de um espírito indomado e apaixonado pela vida.

E é nesse momento que minha alma se junta com a tua, numa magia encantada, como se fossemos unidos, entrelaçados por fios invisíveis que amarram, prendem e arrastam para o furor das emoções que procuro - sem sucesso -, em toda sua intensidade descrever.

A poesia que emana da alma, inspirada do fosso do espírito, brilha como o som da chegada dos primeiros pássaros do verão, como o farfalhar das primeiras folhas nos arbustos, como a montanha em toda sua glória, dourada pelo sol da manhã gelada, adornada pela sua luz...

É como o cheiro das maçãs carameladas de junho, do pão quente com manteiga, do vinho cozido com gengibre e canela para aquecer o corpo no inverno rigoroso.

É como um céu azul sem nuvens, uma tarde nebulosa e com odor de folhas secas. Como uma pequenina gota de orvalho que desliza pela face até os lábios trêmulos, enche o coração de esperanças e encontra extasiada em cada palavra... um sonho, uma promessa...

É. É assim, bem assim, no navegar do sabor da poesia que trago você para dentro da minha vida, do meu coração, dos meus sentimentos...

E é assim, bem assim, que sempre, sempre poderei, com toda intensidade do meu ser, amá-lo...
Maria
Enviado por Maria em 25/12/2010
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