Maria
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A Mulher da Montanha de Cristal
Toda vez que através do fulgor das brumas de frêmitos nacarados que abraçam a montanha, ou sobre a azulada pintura do céu das estrelas, meus olhos percebem o brilho suave do seu amanhecer, uma excitação feliz se apodera de minha alma. Então esqueço das avalanches de dramas, das tragédias que a vida jogou em minhas estradas, em minhas terras, num passado não muito longíquo... E vejo... o Novo Mundo prometido... seu mundo... E em mim, o desejo de conquistá-lo, sabendo que nele tudo pode acontecer... que nele sou livre e salva do meu próprio calabouço. Sei que nele encontro-me nua diante do destino. Pura, com nada a ocultar, nada a lamentar por deixar-se descobrir inteira... E assim você me vê, orvalhada de todas as graças e misérias, alegrias e tristezas, euforia e depressão, intempestiva ou em contemplação... o ser misterioso deslumbrado e contemplativo nas palavras que a alma dita... E sei que neste Novo Mundo meu sangue se renova como se galvanizado, que meu espírito se colore de miragens e sonhos, de sentimentos descomunais, de felicidades e dores de saudades fulminantes como raios estrondantes, como o forte ribombar dos trovões. Nesse Novo Mundo prometido, sei que o coração se enche de disposições felizes e minha alma se torna leve e cantante... E então surge uma nova mulher... completamente diversa... e apaixonada... Surge a verdadeira mulher, vinda de uma profunda elaboração do caos interior... Surge essa, que agora te fala, essa que emergiu do silêncio e do ostracismo por um instante... Essa... que só fala... se você a quiser escutar...
Maria
Enviado por Maria em 29/01/2011
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