Navegante do Vazio
do trabalho do poeta
não sou a doce inspiração,
nem o outono que tira seu sono
ou satélite em ascensão.
não sou a musa do seu estro
nem sua mulher maravilhosa,
tampouco a nina de seu mundo
ou sua amante poderosa...
sou lesão permanente
de sua vida de poeta,
da eternidade a ilusão,
a fantasia dileta...
nau perdida no tempo,
navegante do vazio...
semântica indefinível,
triste orgasmo do frio.
poetisa dos olhos tristes,
consorte da ilusão...
naufrágio da sedução,
expectativa de seu não...
sou história sem solução,
ápice da vida sem amor...
sou seus equívocos, seus erros,
a fria e cinza lágrima da dor...
Maria
Enviado por Maria em 12/02/2011