Eu? Ainda procuro uma palavra que diga tudo, que num toque de magia faça explodir na poesia todos os sentimentos, que revele a essência da essência do sentir... Mas sabe? Não... Você não sabe... Não... Não sabe mais... VOCÊ NÃO SABE MAIS NÃO!!!!! Talvez alguém saberia... sim, talvez... Quem sabe alguém saberia sim... Alguém saberia que escrever não tem mais sentido pra mim... Até queria dizer porque, mas, guardo tantos mistérios dentro de mim que nem sei mais em que compartimento da alma esse se esconde... Procuro-o e não o acho mais. Se esconde como se eu fosse uma cicuta a envenenar-lhe o sangue. Como se meu significado lhe corroesse as entranhas de dor e sofrimento. E uma certa tristeza invade o céu de estrelas, o universo de luzes e cala fundo em minha alma. E, uma certa tristeza faz rodopios no ar cadenciando silêncios que não engulo mais. Eu, que sempre falei de mim... Não consigo calar o outro que bate em meu peito. Vejo e não acredito. Sinto e tento negar. Pairo estática a me contemplar... Ninguém me entende, nem eu mesma sei mais me achar... Só alguns "privilegiados" me compreendem. Privilegiados por estarem longe de mim... Não posso tocá-los nem olhar em seus olhos. Nem sentir se a ilusão que calam é a verdade da minha colheita. Porque tudo é só um sonho meu. Tudo não existe para além da minha porta. A que abri e a que mantive fechada. Porque não soube ultrapassar meus limites. Porque não acreditei nos meus próprios sonhos. Porque não soube interpretar os mapas, os enigmas. Porque não percebi a voz das crianças que não almejavam nada além do presente. Nem a tristeza e a felicidade que eu era, que passaria a ter sobre as descobertas do meu próprio sentir... Por isso agora choro. Deixo a lágrima rolar. Cálida ela aquece a face endurecida pelo frio do silêncio... Já não desejo o vôo, pois não acho mais minhas asas. As penas, salpicadas de silêncios, caem uma à uma, como as lágrimas que deslizam agitando despedidas pela face da Poetisa Triste...