O Fim do Fio
Sem pressa puxo a linha, um fio dourado, que se entrelaça com outro e mais outro dentro de mim.
O poeta erra, quando fala que ¨o desumano é o humano dentro de nós¨.
Em mim não residem monstros. Nem extraterrestres dentro de mim eu vi. Em mim... sou eu mesma.
Sou eu, o esqueleto do armário que assusta e faz fugir sóis, gatos, montanhas, noites e rios.
Em mim só vejo fios e mais fios, emaranhados de fios...
Fico procurando saber de que servem.
Pelos nós, amarram alguma coisa.
Dando o braço a torcer... seria o monstro? Se é... então, sou eu... pois amarram a mim.
Me prenderam dentro de mim por milênios, arrancaram minhas asas e me engaiolaram numa gruta escura que a gente não sabe nem como nela chegar...
Por isso passo a vida assim: como um solitário gato de varanda, sonolento de viver, lentamente... puxando uma linha, um fio dourado...
Quem sabe não me encontro no fim do fio???
Maria
Enviado por Maria em 10/04/2011