Maria
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O Silêncio da Tumba
O golpe sofrido abalou-me a sensação de imortalidade que começara a se firmar no alicerce da alma. Nada era eterno. Nada. Nem as conquistas que julguei ter encontrado.

Talvez o silêncio e o tempo dele. Mas, contra ele não há mais forças para lutar.

Por mais forte que me sinto, por mais forte que retorne de cada luta, de cada nocaute sofrido, temo que algum dia terei de abrir mão outra vez do único sonho que me é impossível abandonar.

O que vou fazer? Perpetuar o sofrimento e a dor de prender o que não posso reter em mim por ter vida própria? Andar como nômade em busca de mim mesma sabendo-me irremediavelmente perdida em braços feitos de terras que nem posso o horizonte vislumbrar?

Ah! Preciso voar, voar, correr, correr... Preciso correr como louca de um canto à outro de mim até me esvairem as forças, até me esvaziar o espírito, até escravizar meus sentimentos à serenidade.

Preciso me aquietar no sepulcro do coração. Lá no fundo da lápide fria os músculos dos meus sentimentos se fortalecerão. Endurecerão, tornando-se como pedras, cascalhos suportáveis ao peso das rodas da vida.

Ali é o meu lugar agora. No sepulcro do meu coração.

O silêncio da tumba interior me levará à perfeição, me incentivará e me empurrará com as duas mãos quando eu não conseguir avançar mais nem um centímetro em direção aos sonhos que minha alma anseia conquistar.
Maria
Enviado por Maria em 14/05/2011
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