Poema ao Sol II
Serei castelo.
Consagrarei meu espírito
ao Eterno que me fortalece
de palavras de luta
e rejuvenesce minha vida
à cada manhã.
Não permitirei que meus pés vacilem
nem que minha alma se atrofie
diante da selvageria
dos ataques do inimigo
que deseja minha voz calar.
Caminharei no céu de estrelas
como quem dança ao som
da música dos anjos
e serei a mais brilhante
das minhas, em minhas terras
de só flores e jasmins.
Não amedrontarei mais
meu jeito de ser,
o modo de falar,
o interior que sou
e nem meu desejo
de falar e dizer
o que nunca foi dito.
Não calarei mais diante das injustiças
e mesmo que a vida continue a
desbotar meu sorriso, não permitirei
que ele se apague e nem que
minha alma se canse de olhar
a vida com amor e alegria.
Serei forte,
sem me deixar abalar,
cair,
prender mais uma vez,
e nem me amordaçar a voz
como tantas vezes eu mesma
fiz.
Guardarei na alma e no coração
suas palavras e seus ensinamentos
e caminharei altiva pelos dias
que me restarem sobre a malfadada
terra, sobre a terra de que nasci,
fui feita, construída,
e que um dia tornarei a ser.
Um punhado de pó!
Pó somente, como sou e voltarei
um dia a ser.
E prometo:
Mesmo que ninguém mais pise
a terra de onde eu sou e fui,
mesmo que o sol
nunca mais a veja,
nem que sua voz a mim
não mais chegue,
jamais calarei o meu grito
de vida, de amor e a paixão
que nasceu, que vive,
e que floresce
como uma primavera
em cada amanhecer.
E nem que não tenha mais terras
pra plantar minhas sementes,
que não ache mais caminhos
para espalhá-las ao vento,
aqui, nas folhas de papel,
nas páginas da velha agenda,
elas continuarão a nascer,
a brotar como musgos,
a crescer como líquens
e a derramar seus ramos de flores
para aqueles,
cujos olhos um dia,
- quando a eternidade
já for minha morada -,
pousarem sobre as pétalas
dessa flor
- e contemplarem
as palavras
que minha alma tanto precisa
dizer, e o coração seus sentimentos
expressar- , saibam
quem foi maria
e para o que e quem, maria
viveu e amou.
Maria
Enviado por Maria em 25/05/2011