homem. quando a manhã se levanta com a neblina ainda cobrindo as montanhas, leva teu olhar para dentro dela, porque é o céu tocando a terra carregando o infinito de todos os horizontes em seu seio.

homem. olha tua asas. ainda estão lá. mesmo que as cortaste, mesmo que a ti próprio te feriste, eu sei, as penas de tuas asas já cresceram outra vez. e estão lá. esperando o teu momento, o teu instante. aquele só teu. independente de toda vontade, de toda circunstância exterior.

homem. manso e suave, abre. sim. abre as tuas asas, e com teu próprio bico limpa cada gôta de sangue que a vida, sem misericórdia ali deixou, tira o óleo, a graxa que os homens fizeram por crueldade...
deixa tuas asas limpas e prontas para alçar o vôo dos sonhos que um dia poderão tornar-se em realidade.

e homem. sonhe. sonhe outra vez com a vida e com as imensas possibilidades que ela a ti, se apresenta. sonhe homem, sonhe, porque sonhando seremos livres, livres de todas as amarras da terra, das ataduras do mundo, da prisão das gente.

mas lembre-se homem. a vida não é de só sonhar. a vida é de também fazer. a vida é de também fazer...

e quem sou eu para dizer-te isso? não sou alguém, embora não seja ninguém. sou apenas uma mulher, vestida de asas e com colares de conchas de pérolas e cruzes no pescoço...

mas, você. você é homem, dono de teu tempo, rei de tua vida, e senhor dos teus sonhos, dos teus sonhos mais lindos.

então lembre-se homem: sonhe, lembrando que a vida não é de só sonhar, a vida é de também fazer, de também viver!