Anistia
Minha fuga para a realidade começou quando meus lábios aprenderam a falar. Escancarei a voz e recitei a alma em versos e melodias. Épocas se passaram em que, desprendida de mim, entreguei-me por inteiro à você. Minha vida, minha alma, em uma bandeja de ternura e amor. Mas você entendeu só a dose errada. O resultado de tanta soma que entreguei? Divisão e perdas sem fim. E sua voz me pedindo pra ir embora por que errei. Exagerei e fui exilada. Hoje peço anistia. Se errei foi por não saber o desconhecido, não conhecer o novo mundo, não ter aprendido limites, nem ter percebido os alambrados da vida. Se errei, foi por que caí inteira em minha fuga para a vida, ao arrebentar minhas correntes. Hoje peço anistia. E, com a face em lágrimas eu sei: Você não me ouve mais… não decifra mais meus enigmas de amor.
Maria
Enviado por Maria em 01/06/2011