Maria
Prosa e Poesia
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Desconhecida
Tudo ali parecia saudá-la. Sentiu que havia algo maravilhoso aguardando sua chegada.

À beira da estrada estendiam-se campos sem fim. Galhos secos balançavam ao vento num movimento cadenciado.

Então, aos poucos, a paisagem foi mudando. O frio se fazia cada vez mais forte. Agora, enormes carvalhos ladeavam o caminho com seus galhos nus à mostra.

Durante as outras estações, faziam sombra com suas folhas. Agora, estendiam para o alto os galhos secos.

A serra farroupilha deslizava sob seus pés. No alto das montanhas viam-se tênues chumaços de fumaça. O gado pastava por perto, nas encostas menos escarpadas. As horas pareciam dançar nas trilhas.

Parada à beira do precipício, olhava fascinada a névoa úmida que nascia no vargedo. O som lento e ritmado de uma serra de lenha lhe chamou a atenção.

Pesar de ser sua terra, sentia-se uma desconhecida ali... e tão assustada como um passarinho.

Bom, estava tudo certo! Estava tudo certo! Onde quer que estivesse, onde quer que aportasse, sentir-se-ia uma desconhecida.

O único lugar no mundo onde sabia, a terra era sua, seu lar, era aquela onde seus pés jamais conseguiram tocar... e onde, quando pisaram, deixaram rastros... que foram apagados para sempre...
Maria
Enviado por Maria em 16/06/2011
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