Maria
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Melodia da Montanha
Não importava o que viesse acontecer, jamais esqueceria o dia em que o sol ainda se levantava no horizonte e surgia glorioso por entre as folhas amareladas dos plátanos.

O dia em que sentiu seu coração inundar-se de novos sentimentos. A vida brilhara de cores e sons como uma revoada de pássaro coloridos.

Relembrando, um tremor lhe percorria o corpo. Aquela tinha sido a primeira vez que admitia sem medo os seus sentimentos. Cada músculo de seu corpo ardia pela descoberta. Os poros se abriam para o novo ar que dançava ao seu redor entontecendo-a.

Hoje, o corpo tremia de emoção ao recordar das sensações. Mas, como o tempo passara. Milênios de vida e mais vida já tinham passado como correm as águas de um rio largado em corredeiras.

Agora olhava os campos ressequidos e as árvores à sua frente. As montanhas estavam lá. O frio também. Mas não era o mesmo lugar e não era o outono e nem as folhas secas e amarelas dos plátanos que balançavam nos galhos nus.

Era o fim do inverno. Um tempo de sonho. Um nevoeiro azulado cobria as montanhas desde o clarear do dia até o anoitecer.

Nos vales via-se a mudança de estação chegando pela cor verde das tímidas folhas. Margaridas miúdas e outras florzinhas brotavam em cada canto e enfeitavam o mundo.

Os pássaros cantavam e seu canto ressoava no vale como um hino à liberdade.

Aos seus olhos tudo parecia belo e ela sabia que era a alegria do seu coração que fazia tudo mais belo, mais bonito, mais fascinante.

Ainda era a mesma. Estava em uma terra diferente, num outro tempo, mas nada mudara com relação aos seus sentimentos. Continuava a amar e mais amar.

Amar, poder e saber amar, era a melhor coisa que poderia existir na face da terra.

O tempo parecia não existir... A melodia da montanha fluía quente em sua alma...
Maria
Enviado por Maria em 17/06/2011
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