Maria
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Abraço de Calor
Sorriu para o vento que lhe brisava os cabelos e tratou de prestar atenção na paisagem que circundava a estrada, deliciando-se com toda aquela beleza dos campos que se estendiam longíncuos.

Mas, nem só de belo vive o mundo: em meio aos campos, casebres miseráveis, abrigando gente esquecida pela sorte e pela sociedade. Havia também amontoados de casas e hortas malcuidadas, além de animais de aspecto deplorável.

Algumas horas adiante, e tudo mudava. A paisagem era outra. Casas mais bonitas. De repente um trator azul em meio aos campos amarelados pelo frio. A cor forte do veículo contrastava com a cor do capim ressecado pelas fortes geadas e pelo vento cortante. A cena parecia uma pintura.

E então... uma porteira aberta. E além dela, uma estrada ladeada por araucárias e alguns arbustos já floridos. Lá no fundo uma casinha de tijolinhos à vista e colunas brancas. No caminho ao lado, dois cavalos pastavam descansados.

A porta da casa se abriu. Um senhor de cabelos grisalhos saiu sorridente. Detrás de uma das colunas da casa surgiu um gurizinho de camisa colorida, e casaco nas mãos. Sorriu! Como era parecido com a mãe! Juntos entraram na casinha que parecia um sonho.

Enquanto conversavam o senhor grisalho puxou um enorme tronco de madeira e colocou no fogão colonial sob os olhos atentos do menino. O fogo aquecia a aconchegante cozinha. Um lar, doce lar. Um lugar de amor e acolhimento.

Os olhos dela encheram-se de lágrimas... lágrimas doces. Ali, sentia-se em casa. Sentia-se abraçada pela vida. Ali, no calor do fogo, no abraço do calor humano, sua alma abriu asas e alçou vôo... ao infinito de seus sonhos...
Maria
Enviado por Maria em 19/06/2011
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